População portuguesa diminui pelo terceiro ano seguido, e geógrafos alertam: “futuro do país está em jogo”
Confirmando previsões dos últimos anos, os nascimentos voltaram a cair, preocupando geógrafos com o "envelhecimento da população" - termo utilizado por portugueses para descrever a diminuição da capacidade da força de trabalho. Além disso, o valor é um recorde histórico: pela primeira vez na história do país, menos de 90.000 crianças nasceram (foram 89.841 em 2012). Comparada a 2011, a diminuição foi de 7,2%.
Reprodução / Vice Portugal
Portugueses temem por envelhecimento da população
De acordo com as estatísticas, 107.612 pessoas em 2012, um aumento de 4,6%. Ou seja: o crescimento natural foi, portanto, negativo - houve 17.771 mais mortes do que nascimentos, uma diferença três vezes maior do que em 2011.
Para além do valor negativo do crescimento natural (ou seja, da diferença entre nascimentos e óbitos), dizem os especialistas, o principal fator para a diminuição da população está no saldo migratório.
“Se muitos destes dados estavam previstos a médio e longo prazo, o saldo migratório não. Nos dois anos recentes, voltamos a uma situação anterior, com saldo migratório negativo, por efeito da imigração a diminuir e da emigração a aumentar”, explicou a demógrafa Maria João Valente Rosa em entrevista ao jornal Público
A especialista reitera que a diminuição dos nascimentos “não é de hoje” e que o número de óbitos se deve a um fenômeno normal. “Há mais gente nas idades em que se morre mais”, conclui. “É uma situação que nos obriga a pensar seriamente e tem a ver com o posicionamento do país face ao exterior. [Portugal] está perdendo pessoas porque muitas estão saindo, e muitas já não estão entrando”, acrescenta Maria Rosa, apontando que o "futuro do país está em jogo" com diminuição da população.
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