"São parte da idiotice latino-americana a falsa causalidade e a errônea identificação de inimigos. Exemplos da falsa causalidade é a seguinte tirada "slogânica": "O subdesenvolvimento dos países pobres é produto histórico do enriquecimento de outros. Em última instância, nossa pobreza deve-se à exploração de que somos vítimas por parte dos países ricos do planeta." Para uma cultura da inveja, a economia internacional é um jogo de soma zero, no qual inexiste a noção de vantagem mútua.
A errônea identificação de inimigos consiste em atribuir-se a pobreza endêmica e os absurdos desníveis de renda na América Latina ao capitalismo e ao liberalismo, animais quase inexistentes em nossa paisagem e que apenas agora ensaiam uma tímida presença. Os reais inimigos são outros: o mercantilismo patrimonialista, o estatismo e o nacionalismo. Eles é que explicam os monopólios estatais dispendiosos e ineficientes; a inflação crônica, o empobrecimento e a extorsão imposta aos poupadores a poupadores e usuários, vítimas de altas tarifas, impostos complexos e confiscos periódicos. Cabe, aliás, notar que o nacionalismo nem sequer é produto nativo; é um transplante europeu. O produto nativo deste subconsciente é o caudilhismo político."
Roberto Campos
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